Clima de “fogo amigo” ronda o prefeito Soledade após cassação em primeira instância

Nos bastidores da política de Soledade, a temperatura subiu desde que o prefeito Miranda Neto foi cassado em primeira instância por decisão da Justiça Eleitoral, amplamente repercutida na última terça-feira. O que se comenta, longe dos microfones, é que o gestor não enfrenta apenas uma batalha jurídica: ele também precisa lidar com um ambiente interno marcado por desconfiança e sinais de traição.

Fontes ligadas ao grupo governista relatam que aliados próximos, que deveriam reforçar a defesa do prefeito, estariam agindo de forma ambígua. Há quem veja, entre figuras de expressão no bloco que o elegeu, um discreto movimento para enfraquecer Miranda e abrir caminho para uma nova liderança. “É um silêncio que fala alto”, resume um observador atento da cena local.

Miranda Neto chegou ao comando do município com o apoio decisivo do ex-prefeito Geraldo Moura, costurando, já na reta final da campanha, uma aliança com diferentes lideranças. Hoje, parte dessas mesmas lideranças é apontada, nos bastidores, como pouco empenhada em garantir a continuidade do mandato.

Enquanto seus advogados preparam os recursos, o prefeito se vê obrigado a administrar dois tabuleiros: o jurídico, para tentar reverter a decisão, e o político, onde a disputa se dá em conversas reservadas, olhares de desconfiança e articulações que raramente chegam ao público. Nos corredores da cidade, a pergunta se repete: Miranda conseguirá neutralizar o “fogo amigo” antes que ele se transforme em incêndio?

Por Bruno Lira