O Açude Epitácio Pessoa, conhecido como “Açude Boqueirão”, localizado na cidade de Boqueirão (PB) e responsável pelo abastecimento de Campina Grande e de cerca de 19 municípios do Compartimento da Borborema, vive neste momento uma fase de tranquilidade hídrica.
Por que a situação é considerada segura hoje
Nas últimas temporadas, o Boqueirão tem registrado recargas expressivas, fruto tanto das chuvas na região do Cariri quanto dos aportes regulares vindos do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), por meio do eixo de transposição que leva água do Velho Chico até o leito do Rio Paraíba e, posteriormente, ao reservatório.
Em 2024, o açude atingiu patamares elevados: nos primeiros sete meses do ano, acumulou mais de 129 milhões de metros cúbicos em aportes, chegando a armazenar mais de 284 milhões de metros cúbicos.
Dados recentes de 2025 indicam volumes entre 50% e 55% da capacidade total, índices tecnicamente confortáveis e que garantem abastecimento contínuo para os municípios atendidos.
A operação da transposição, segundo autoridades da região, está em pleno funcionamento, com vazão regular e contribuindo de forma perene para o sistema hídrico que abastece Boqueirão e outras cidades paraibanas.
O papel da transposição e a gestão integrada do sistema
A integração entre águas pluviais, recursos locais e aportes do PISF tem sido fundamental para assegurar a regularidade hídrica no Boqueirão. A transposição trouxe ao reservatório uma fonte permanente e estruturada de abastecimento.
Contudo, o uso das águas do sistema (rios e reservatórios) é regulado. A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), em conjunto com a Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (AESA), definiu normas de captação que priorizam o abastecimento humano e a dessedentação animal, restringindo usos agrícolas intensivos. Esse modelo de regulação ajuda a manter o equilíbrio entre demanda e oferta, evitando sobrecargas no sistema.
Impacto para a população
Para Campina Grande, a maior cidade abastecida pelo Boqueirão, e os demais municípios da região, a combinação entre recarga natural e aporte da transposição representa alívio. A tendência atual é de estabilidade no abastecimento.
Para o semiárido paraibano, historicamente afetado por secas severas, a situação atual é um respiro e demonstra como a transposição do São Francisco e os investimentos em gestão hídrica vêm transformando realidades.
Estabilidade e manutenção contínua
Mesmo com o cenário confortável, especialistas destacam que a continuidade dos aportes depende do funcionamento regular da Transposição do Rio São Francisco. As águas captadas no Velho Chico chegam de forma constante ao Rio Paraíba, e o sistema só é interrompido de maneira programada, exclusivamente para manutenções preventivas nas estações de bombeamento e demais estruturas do PISF.
A operação permanece estável e segura, mas exige atenção permanente dos órgãos gestores para garantir eficiência e manter o nível de segurança hídrica atualmente alcançado.
Cariri de Verdade





